domingo, 1 de julho de 2007

Findhorn - Semana do Solstício de Verão




Estou aqui no Park há 3 dias. Domingo, fui convidada para ouvir poesia sufi no Park. Pensei comigo: “vou dormir, mas OK let’s go.”Cheguei a uma sala circular com almofadas e cadeiras colocadas em círculo em cima do Community Center. Havia uma mesinha com velas e flores no centro. Barbara, uma austríaca linda, loura com um sorriso doce e com uma voz maravilhosa sentada no chão estava dirigindo os trabalhos. Vários livros de poesia pelo chao. Violão, acordeon, um instrumento indiano, com fole e teclado, pandeiro. Ela comecou dizendo que não tinha preparado nada, mas estaria em contato com os anjos para inspiracão. Começamos cantando lindas músicas devocionais. Eu so cantava sem emitir som algum , se nao estragaria o coro. Quando acabava uma música, ela pedia alguém para abrir um dos livros de poesia e recitasse alguma poesia. Tudo muito alegre e descontraído. Algumas pessoas dançaram quando a música era de alegria. Saí de lá feliz e não tive sono algum enquanto estava lá. Depois dormi com os anjos. É interessante como nossa mente nos pega peça. Antes de vir para o Park, fiquei imaginando que a lady que me alugou o quarto podia não tomar banho, deixar a casa suja. Estava temerosa. Mas igual ao “sono” da poesia sufi, era so imaginação. Ana Barton, uma senhora inglesa de 72, doce, muito querida, e a casa era pequena , mas super limpa e agradável. Estou adorando ficar aqui. E, acho que foi a melhor opção. Pago apenas 280 libras por mês ( preço do Cumberland, para uma noite em Londres. Ah os velhos tempos!!!). Nao tenho compromisso algum. Estou easy rider. Levanto cedo e às 8:00am, vou ouvir no Nature Santuary , Tainze Music. O Nature Santuary é lindo, em círculo , com luz zenital . Sentamos junto a parede e olhamos a vela e as flores no centro. Músicas sagradas escritas e cantadas por freiras num convento da França há muito tempo atrás. Como sempre, apesar dos livros com música e partitura , não canto para não estragar a beleza. É impressionante como as pessoas aqui cantam bem. É dividido em soprano, baixo, contralto. Lindo, lindo lindo. Diariamente tem esse canto. As 8:30 acaba e vamos para a meditação que começa as 8:35 num outro santuário, maior, com almofadas no chão e cadeiras. Lá fazemos por meia hora meditação silenciosa. Uma pessoa apenas lê umas palavras iniciais e toca o gongo no final com outras palvras para finalizar. Ninguém é obrigado a ir. Aliás, aqui quando não se está trabalhando oficialmente, não se á obrigada a nada. Apesar de dia 22 ser o summer midseason, o dia do solstício de verão, quando o dia é o mais longo do ano, o frio continua maior que o inverno em SP. Estou usando sweaters que a muito tempo não usava em Atibaia e me lembro dos Supertramp “It’s rainning again...”. Acho que eles se inspiraram na Escócia . É muito lindo ver a mudança das estações aqui no norte da Europa. A meia-noite ainda ha luz, e o amanhecer é por volta das 3h da manhã. Durmo de máscara, se não acordo cedíssimo. O solstício é comemorado a semana toda. Segunda e terca tivemos música, canto e dança no campfire. Um lugar lindo no meio dos pinheiros. Como sempre so ouvi, não cantei para não atrapalhar. Mas dancei e me diverti em volta da fogueira.




Hoje quarta-feira ,haverá um churrasco de carne e vegetais. Tudo muito lindo. No almoço, um grupo fantasiado entrou pelo restaurante saudando o midsummer. No Brasil costumamos dizer que o verão começa dia 22. Aqui não. Nós já estamos no verão há um mês e meio. E eles estão certos, pois após esse dia começa a contagem regressiva com os dias ficando cada dia menores. Sexta havera uma grande comemoração. Muita alegria. As tradições celtas são muito fortes. Ontem e anteontem, os dias estiveram lindos. Aproveitei para ficar solta, sem horário. Fui ate a Findhorn Village, uma vila de pesca e marina com barcos a vela. Fica entre a Findhorn Bay e o mar. Muito lindo, praia com pedra redondas grandes no começo e depois uma extensão grande de areia ate o mar lá longe. Tipo Santos. Ainda não vi a maré cheia que vem até as pedras. Quero ver, mas não sei em que fase da lua estamos e não sei o horário. Vou perguntar.




A vila, não á como as nossas vila de pesca. As casa são lindas de pedra e tudo muito arrumado. Ontem foi muito engraçado. Estava andando do Park ate a Vila, com os fones do meu MP3 no ouvido, feliz da vida, pois o dia estava perfeito. Ouvindo música e quase dançando pela rua. Quando me assustei com um carro que de repente apareceu atrás de mim e levei um trambulhão e caí no meio fio. O lindo cavaleiro desceu do seu cavalo branco, digo carro, e veio assustado ajudar a princesa caida de pernas pro ar. Obviamente que ele não teve culpa alguma. Estou rindo até agora. Ainda bem que estava de jeans e só machuquei um pouco o joelho e o cotovelo. E o príncipe foi embora pedindo desculpas... Fui até o supermercado comprar antissético para limpar os machucados e depois fui andar na praia. Molhei os pés na água gelada, dancei e cantei , pois estava sozinha e só assusto as gaivotas e depois fui almoçar camarão na Marina, com uma taça de vinho branco junto aos barcos a vela. Gostaria de velejar um pouco. Eles dão aula e emprestam roupa de neoprene. Mas custa 20 libras a hora e estou economizando. Mas se um dia o tempo ficar muito lindo e quente, coisa que duvido, pode ser. Estou aprendendo a viajar barato com muito prazer. A refeição aqui no Park custa apenas 4 libras e e deliciosa com todos os vegetais fresquinhos. Hoje tinha homus e estava delicioso. Quando vou a restaurante fora daqui gasto no máximo 10 libras. Multiplicando a libra por 4 e o mesmo que gasto no Brasil!
As pessoas aqui são muito queridas e simpáticas. Old hippies e não hippies fazem uma mistura legal. Aqui tudo e muito espiritualizado sem ser religioso. Bem New Age. Ecumênico. Há muita liberdade e confiança. O Park , que é o lugar onde a Foundation começou, tem casas lindas ecológicas de madeira e tambem motor homes estacionadas a 30 anos, concretadas no chão. Você pode morar aqui e trabalhar fora da comunidade. E como se fosse um condomínio com um propósito comum.




Respeito pelo outro e pela natureza. Ninguem fica dizendo que e proibido fazer isso ou aquilo. As pessoas pedem e a consciência de cada um faz o que e necessário. Muito lindo. As casas abertas e um senso de colobaração enorme. O Cluny College ,em Forres a 5 miles daqui, onde passei a primeira semana é o lugar dos cursos. Estrutura de colégio interno. Nao há chaves nas portas dos quartos. Estilo Victoriano, confortável. Jardins lindos com um campo de golf em frente que não pertence a Foundation, mas faz bem para os olhos. Dia 7/7 volto para lá por uma semana fazer um workshop, chamado The Quest. É astroshamânico. Não sei exatamente como vai ser, mas acho que deve ser muito interessante “ The Quest = A busca”, mais espiritualizado que a Experience Week , que foi so uma introdução a comunidade. Depois eu conto.
Beijos para todos continuo depois.

Chegada à Findhorn




Estou aqui em Findhorn, depois de 3 semanas sem tempo para nada. A primeira semana estive em NYC com a Emilia. Não paramos um só momento, pois havia muito para fazer. Andamos a pé quase o tempo todo. Ela é uma grande companheira e ótima para os programas de museus e galerias. Muito querida. Fomos ao Metropolitan, onde pudemos ver novamente os Expressionistas Americanos, que amo de paixão, além dos impressionistas, expressionistas, modernistas, contemporâneos. Passamos o dia todo lá. Das 9 as 16h com uma paradinha para um hotdog na porta do museu. Fomos também a Storm King, a uma hora de bus ao norte de NYC. É um museu ao ar livre de esculturas site specific, enormes dos melhores artistas contemporâneos. E é um parque lindo. O dia estava ensolarado e agradável. Foi ótimo. Visitamos o MOMA, que esta reformado, e nos maravilhamos com tudo novamente, apesar de já conhecer a maioria das obras. Estava folheando um livro na loja de lá, pensando se comprava ou não, quando um rapaz perguntou se eu queria ficar com o Gift que ele havia recebido na excursão, pois a
mulher dele tambem já tinha um. SORTE, oba!!! Visitamos as galerias de Chelsea, que são muitas concentradas em 2 ou 3 ruas, e fiquei felicíssima de ver que a pintura esta em alta novamente. Essas galerias da 24 th e 23th Sts são super vanguarda e só tinha pintura, algumas maravilhosas, outras pavorosas mas de qualquer maneira eles acordaram depois da overdose de instalacões conceituais e viram que tinham que ganhar dinheiro. Afinal vivemos num mundo capitalista. As do Soho a mesma coisa. Mas mais conceituados. Maravilhosos Andy Wahrol!!! Fomos também ao planetário no museu de História Natural. É maravilhoso! Já o conhecia também , mas vimos um show novo Cosmic Collisions” , mostrando como podemos ter uma queda de meteoro aqui como aconteceu no Mexico e dizimou os dinossauros. Só que para as pessoas não ficarem apavoradas como na “Guerra dos Mundos” do Orson Wells que criou pânico nos USA, ele disseram que estão fazendo um foguete que desviara a rota do meteoro caso isso acontecer. Ha-Ha. Saí tranquila!!! In between, fiz umas comprinhas de coisas básicas, pois agora estou parcimoniosa, mas comprei meu laptop lindinho, pequeno, Wi-Fi, mas em NYC não consegui usá-lo, pois não sabia usar o Wi-Fi. Quando aprendi, já era hora de ir embora. No aeroporto fiquei com medo, pois só ha internet paga com cartão pela internet. Fácil de hacker entrar. Cheguei em Londres na quinta . Passei o dia na Oxford St, South Molton dando uma olhada nas lojas e matando a saudade dos velhos tempos efeliz de não ter que pesquisar moda. Almocei o salt beef do Selfridge, que adoro e sempre que chegava em Londres era a minha primeira comida. Como Londres está caríssima fiquei só o dia. Hotel a 200 libras. Multipliquem por 4 e da R$800,00 a noite. O motorista do táxi, disse que para eles também a vida esta cara, e que é por causa dos milionários russos. Essa eu não sabia. Antes eram os árabes!!! A noite ncontrei a Carol e pegamos o ônibus para Edinburgh. Não podia ir de avião pois teria que pagar uma absurdo de excesso. Tinha mais de 60kg. Chegamos pela manhã em Edinburgh, e nos hospedamos numa excelente BB(bed and breakfast). São ótimas aqui no UK e bem mais baratas que hotel. Em torno de 60 libras 2 pessoas. A cidade parece filme do Harry Potter. Bonita, pequena, mas não está na minha lista de cidade retornável. Adorei o Botanical Garden. Maravilhoso. Ficamos 2 noites e fomos tambem de ônibus , 4 h de viagem, para Inverness que fica perto de Findhorn.Visitamos o Loch Ness de barco, mas não vimos o monstro, visitamos o castelo de Urqhalt.Chovia o tempo todo.Inverness é pequena, bonitinha e não retornavel também a não ser para mim quando quiser ir ao cinema ou fazer algumas compras pois está a 50km daqui de Findhorn. Ficamos 2 noites, deixamos a bagagem e resolvemos ir em direção ao Pólo Norte. Fomos para as Orkney Islands, logo abaixo das Shetlands. Muito frio na travessia de ferry. O ponto extremo da Escocia. Chegamos depois de 40min, vimos golfinhos e pássaros marinhos, e também falesias. Muito vento. Pegamos o ônibus e só havia pastagem de ovelha. Uma casa lá outra acolá. E NEHUMA árvore. Só pasto, divididos com aqueles lindos muros de pedra. Eles não tem madeira para fazer cerca. O povo e super simpático, mas falam um dialeto estranhissimo misturado com o inglês.
Difícil de entender. Eles não se acham muito escoceses. São descendentes dos Picts e dos Vikings. A cidadezinha de Kirkwall é lindinha, com uma igreja gótica maravilhosa. As Orkneys tem o mais preservado site arqueológico do período neolítico. Descobriram em 1850. Parece uma cidade dos Flinstones. Móveis de pedra. Adorei. E também tem o Brogard Circle. Monolitos em círculo de mais de 4000 anos.


Visitamos também uma autêntica destilaria de whisky escocês. Aprendemos que o aroma é dado com a fumaça da tundra e dos barris de carvalho usados de sherry que são usados para envelhecer o whisky. Na loja da destilaria tem um whisky de 40 anos que custa 1000 libras. Adorei ver o malte germinar. Valeu!!! Apesar de tão poucas árvores,Orkney é retornável. Eles dizem que é porque venta muito, mas acho que acabaram com as florestas do UK como podemos acabar com as nossas. Tudo vira pasto ou cana de acucar. Chegamos em Forres, que é a Atibaia de Inverness, só que linda. Parece que parou no tempo. Casas enormes de pedra. Um luxo. Nao há quase comércio. As pessoas se abastecem em Inverness, Elgin ou Aberdeen. Como Atibaia, mas muito menor e muito mais rica. Com muita qualidade de vida apesar do frio. Carol ficou 2 noites para conhecer a Findhorn Foundation e partiu para Londres encontrar Bethania, sua filha que mora lá. Estou instalda no Cluny Hill College. Um antigo hotel, que hoje abriga a Findhorn Foundation e onde é dada a maioria dos cursos. Muito confortável. Estou praticando muito meu inglês e em uma semana já da para notar a diferenca. Só falo inglês com alemães, britânicos, japoneses, americanos, dinamarqueses, holandeses, suecos, norueguese, italianos e nenhuma palavra de português, pois não há nenhum brasileiro fazendo o curso. Sei que há alguns por aqui. Ontem acabei a Experience Week, mas ainda estou no conforto do college até segunda, onde mudo para um quarto numa casa de uma ex-professora de Sacred Dance no Park. O Park ,onde a fundacão começou, fica na vila de pescadores de Findhorn entre a baia de Findhorn e a praia. Se quiserem saber o que é Findhorn Foundation entrem no site: www.findhorn.org. O curso foi muito intenso, muito bom, mas não tive tempo para nada. Hoje é que estou aproveitando para botar a vida em dia. Conheci bastante gente, a
comida vegetariana muito boa. Fizemos jogos, dança, conversas e trabalhamos também como parte do aprendizado. Escolhi trabalhar no Cullerne Garden, no Park onde são produzidas todas as verduras e legumes daqui. Lindas. O trabalho é árduo. Peguei na enxada, semeei, tirei mato. Todos os dias por 3hs. Mas muito bom. Principalmente para mim, que não conhece nada de plantio. As plantas daqui são todas orgânicas, sem adubos e defensivos. As saladas são colhidas no dia e super crocantes. Vida saudável. Anti stress!!!!
Divertido.